FUNDADO EM 13 DE JANEIRO DE 2005- Pb. GILBERT REZENDE. * Formado em Direito; * Mestrando em Teologia(especialização em Ciências Sociais da Religião); * Pós-graduando em Psicanálise Clínica; * Diretor fundador do Instituto Bíblico Aliança; * Palestrante; * Professor de expressão verbal; * Educador Cristão; * Professor de Seminário em diversas disciplinas(Direito Eclesiástico, Liderança Cristã, Liturgia, Psicologia da Religião, Sociologia da Religião, Homilética, Hermenêutica).
quinta-feira, 21 de junho de 2012
IBIA-RJ - INSTITUTO BÍBLICO ALIANÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: PARA REFLETIR... V
IBIA-RJ - INSTITUTO BÍBLICO ALIANÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: PARA REFLETIR... V: Para que serve a igreja? O mundo religioso tem seu mais novo personagem: o evangélico não praticante. A informação aparece nos resul...
quarta-feira, 20 de junho de 2012
PARA REFLETIR... IV
O pastor profissional
Publicado em 03/09/09 às
12:47
Por: Alfredo de Souza
Sempre que um pastor for indagado sobre a sua profissão, qual deve ser a resposta? Incomoda-me quando afirmam que são pastores, ou seja, que a profissão que exercem é a de pastor. Quando tenho oportunidade de conversar com esses colegas mais próximos, sugiro que respondam: autônomo em vez de pastor. É claro que muitos discordam.
Mas o tipo de resposta a ser dada não é o problema que quero levantar nessa postagem. O ponto está mais além e é muito mais complexo. Inicialmente quero iniciar definindo o que significa ser um pastor e o que significa ser um profissional.
Por pastor entendo um ministério, um serviço dedicado ao Reino, ou seja, alguém que exerce o dom do Espírito Santo no cuidado de um rebanho de acordo com as normas contidas nas Escrituras. É um trabalho que não visa a promoção pessoal e nem o lucro, embora dele retire o seu sustento. Trata-se de um ministro do Evangelho. Por profissional entendo alguém que luta por uma carreira bem sucedida que se estabelece pelo reconhecimento vindo de outras pessoas. Também é a busca do progresso técnico que exige resultados mensuráveis cujo corolário é a recompensa que surge por meio de altos salários e de uma boa aposentadoria.
Não há nenhum problema em ser um bom profissional na empresa ou na instituição pública. A questão é quando o ministério pastoral se profissionaliza. Isso, sim, traz prejuízos à Igreja e ao propósito de Deus quanto ao amparo e, até mesmo, a proteção do povo. Como já disse, o trabalho pastoral deve ser visto como um ministério. Trata-se de um servo que preside, de um pai que cuida, de um mestre que doutrina ou de um enfermeiro que trata. Resumindo, o pastor é aquele que dá a vida pelo rebanho e o vivifica pelo poder de Deus.
Já o pastor profissional é aquele que não se dedica mais ao propósito principal no qual fora vocacionado. Ele passa a não mais se importar com a simplicidade do ministério. Sente necessidade de se perceber confortável e seguro de si e por si mesmo, não importando os prejuízos que isso possa causar à igreja. Busca um futuro previsível e um presente que satisfaça os desejos egoístas. A visão que possui passa a ser regida pelo humanismo e sente a necessidade de ser notado por aqueles que deslumbram o seu aparente sucesso. Ou seja, são pastores que pastoreiam a si mesmo, todo o seu esforço é direcionado aos interesses pessoais.
Não tenho dúvidas que tudo isso causa dor e frustração no meio do rebanho que definha moribundo e desorientado, principalmente quando percebe que o alvo de seu líder espiritual não é mais as ovelhas, mas, sim, o próprio estômago enquanto fingem pastorear.
Nessa altura surge uma pergunta: como podemos detectar alguém que deixou de ser um ministro do Evangelho e passou a ser um executivo eclesiástico? Como resposta, quero propor quatro características que são facilmente percebidas nesse tipo de gente:
O pastor profissional é raso no ensino bíblico. Este é um ponto extremamente nocivo à igreja com conseqüências desastrosas. O pastor profissional não possui a menor preocupação em se debruçar sobre livros, comentários ou literatura que possam auxiliar no preparo dos sermões. Não há estudo sério da Palavra, não há compromisso com a Verdade. Tais indivíduos acreditam que podem ir ao púlpito toda a semana e falar o que lhe vem na mente naquele momento, sem se preocuparem com o fortalecimento do rebanho contra o pecado. A tônica é sempre humanista e tolerante sem que haja a denúncia contra o erro ou contra o mundanismo. Isso porque o pastor profissional teme ser confrontado e, por essa razão, sempre quer estar de bem com todos, principalmente com os crentes influentes do meio.
O pastor profissional não se envolve pessoalmente com as ovelhas. Todos sabem que o pastoreio não se restringe aos principais cultos de domingo. Nenhum ministro de Deus se furta do envolvimento pessoal com o povo por meio do discipulado ou do aconselhamento. No entanto, o pastor profissional não leva em conta este importante cuidado individual. Não cultiva o hábito do pastoreio direto, do acompanhamento pessoal (por intermédio das visitas nas casas ou no trabalho em horário de folga), dos aconselhamentos, dos contatos por carta ou pela Internet (embora o relacionamento presencial seja insubstituível). Para ele tudo isso é perda de tempo. Por vezes a ovelha está necessitando de uma palavra orientadora, mas só consegue ser ouvida quando procura o psicanalista ou o líder de outra denominação mais próxima de si cuja teologia é, muitas vezes, questionável. São casais que vivem sob forte crise, relacionamentos desgastados entre filhos e pais, desempregos que desesperam o coração, enfermidades que atemorizam. São pessoas que gritam em silêncio sem, contudo, obter eco do seu clamor. O pastor que possuem só pode vê-las aos domingos na porta da igreja ao final do culto e que se limita em dizer a mesma frase por anos a fio: "como vai? Que tenhas uma semana abençoada". Nada mais que isso. Essas pobres ovelhas nunca serão encorajadas a seguir em frente, nunca serão visitadas, nunca serão aconselhadas, nunca receberão uma mão amiga e confiável. Ou seja, nunca experimentarão o que é ser pastoreada, pois não possuem líderes amigos. Esses tais são apenas meros profissionais.
O pastor profissional só se preocupa consigo mesmo. Personalismo parece ser a palavra de ordem em alguns centros evangélicos. São pessoas que passam a vida lutando por um espaço na mídia. O resultado é o desperdício de milhões de reais utilizados para pagar campanhas inócuas ou programas televisivos vazios que nada dizem além de discursos de auto-ajuda. Mas esse desejo não se restringe aos grandes eventos ou aos grandes espaços continentais. Há também aqueles que desejam fama em seu pequeno universo. Pode ser um Presbitério, uma pequena região ou até mesmo uma igreja local. O alvo é a bajulação que surge por causa de uma pretensa espiritualidade ou de uma suposta inteligência respaldada por títulos e certificados alcançados. Não importa a causa, o importante é o estrelismo. É por isso que muitos pastores profissionais se preocupam com o crescimento numérico de seu rebanho em detrimento da qualidade, embora haja também os que se conformaram com o número reduzido do rebanho. Nesses casos, geralmente, a fama e o prestígio possuem outra fonte fora da igreja local. Outra preocupação desses pastores é a sua renda mensal, o seu ganho financeiro. Sempre defendem cinicamente seus bolsos sem, portanto, merecerem o que pleiteiam ganhar. Buscam apenas os seus direitos em detrimento dos legítimos direitos das ovelhas extorquidas. A meta é ter um emprego-igreja bem remunerado que lhe conceda estabilidade financeira.
O pastor profissional não é um homem de Deus. Isso significa a ausência de uma dependência total do Senhor na vida por meio do temor, da Palavra e da oração. São pessoas que confiam em si mesmas e não se importam em buscar de Deus a direção certa. Não sentem falta nenhuma de expressar a submissão ao Espírito, submissão esta que o próprio Jesus demonstrou quando esteve aqui entre nós. Não são homens de oração, não são homens da Palavra, não são homens piedosos. Nunca possuem uma vida devocional particular, nunca gemem por causa do pecado, nunca se importam com a vontade de Deus. Sempre agem friamente e com extrema impassibilidade diante de tudo que promove uma vida espiritual compromissada. Na maioria das vezes são irônicos ou cínicos no que dizem ou falam com respeito à piedade. Eles também agem despoticamente para que prevaleça a sua vontade, não obstante a capa de aparente mansidão. São vazios do poder de Deus, são como penhas que não podem alimentar ou fortalecer as ovelhas.
Quero encerrar dizendo que, para mim, ser pastor profissional nada tem a ver com tempo integral ou parcial no ministério. O ministro pode retirar o seu sustento de um trabalho que não esteja ligado à sua igreja. Todavia, tal trabalho não pode comprometer o tempo de qualidade pertencente ao rebanho quanto ao preparo do sermão e quanto ao envolvimento pessoal. Entre um e outro, o pastorado é prioridade. Se um dos dois deve ser descartado ou penalizado, que seja o trabalho secular.
Muitas igrejas padecem miséria espiritual porque estão debaixo de um pastor profissional que há muito deixou de ser um ministro de Deus. Vale ressaltar que essa mutação pecaminosa não acontece da noite para o dia, ela ocorre ao decorrer dos anos quando aquilo que causava genuíno espanto, preocupação ou interesse transforma-se em total irrelevância. O que era importante por pertencer ao Reino, passa a ser desprezado totalmente.
Que Deus nos livre dos pastores profissionais que sufocam as igrejas até o seu extermínio. Que haja entre nós ministros sinceros e cônscios de que escolheram um excelente, sublime e perene trabalho conforme nos diz o Apóstolo Paulo.
Sola Scriptura.
Por: Alfredo de Souza
Sempre que um pastor for indagado sobre a sua profissão, qual deve ser a resposta? Incomoda-me quando afirmam que são pastores, ou seja, que a profissão que exercem é a de pastor. Quando tenho oportunidade de conversar com esses colegas mais próximos, sugiro que respondam: autônomo em vez de pastor. É claro que muitos discordam.
Mas o tipo de resposta a ser dada não é o problema que quero levantar nessa postagem. O ponto está mais além e é muito mais complexo. Inicialmente quero iniciar definindo o que significa ser um pastor e o que significa ser um profissional.
Por pastor entendo um ministério, um serviço dedicado ao Reino, ou seja, alguém que exerce o dom do Espírito Santo no cuidado de um rebanho de acordo com as normas contidas nas Escrituras. É um trabalho que não visa a promoção pessoal e nem o lucro, embora dele retire o seu sustento. Trata-se de um ministro do Evangelho. Por profissional entendo alguém que luta por uma carreira bem sucedida que se estabelece pelo reconhecimento vindo de outras pessoas. Também é a busca do progresso técnico que exige resultados mensuráveis cujo corolário é a recompensa que surge por meio de altos salários e de uma boa aposentadoria.
Não há nenhum problema em ser um bom profissional na empresa ou na instituição pública. A questão é quando o ministério pastoral se profissionaliza. Isso, sim, traz prejuízos à Igreja e ao propósito de Deus quanto ao amparo e, até mesmo, a proteção do povo. Como já disse, o trabalho pastoral deve ser visto como um ministério. Trata-se de um servo que preside, de um pai que cuida, de um mestre que doutrina ou de um enfermeiro que trata. Resumindo, o pastor é aquele que dá a vida pelo rebanho e o vivifica pelo poder de Deus.
Já o pastor profissional é aquele que não se dedica mais ao propósito principal no qual fora vocacionado. Ele passa a não mais se importar com a simplicidade do ministério. Sente necessidade de se perceber confortável e seguro de si e por si mesmo, não importando os prejuízos que isso possa causar à igreja. Busca um futuro previsível e um presente que satisfaça os desejos egoístas. A visão que possui passa a ser regida pelo humanismo e sente a necessidade de ser notado por aqueles que deslumbram o seu aparente sucesso. Ou seja, são pastores que pastoreiam a si mesmo, todo o seu esforço é direcionado aos interesses pessoais.
Não tenho dúvidas que tudo isso causa dor e frustração no meio do rebanho que definha moribundo e desorientado, principalmente quando percebe que o alvo de seu líder espiritual não é mais as ovelhas, mas, sim, o próprio estômago enquanto fingem pastorear.
Nessa altura surge uma pergunta: como podemos detectar alguém que deixou de ser um ministro do Evangelho e passou a ser um executivo eclesiástico? Como resposta, quero propor quatro características que são facilmente percebidas nesse tipo de gente:
O pastor profissional é raso no ensino bíblico. Este é um ponto extremamente nocivo à igreja com conseqüências desastrosas. O pastor profissional não possui a menor preocupação em se debruçar sobre livros, comentários ou literatura que possam auxiliar no preparo dos sermões. Não há estudo sério da Palavra, não há compromisso com a Verdade. Tais indivíduos acreditam que podem ir ao púlpito toda a semana e falar o que lhe vem na mente naquele momento, sem se preocuparem com o fortalecimento do rebanho contra o pecado. A tônica é sempre humanista e tolerante sem que haja a denúncia contra o erro ou contra o mundanismo. Isso porque o pastor profissional teme ser confrontado e, por essa razão, sempre quer estar de bem com todos, principalmente com os crentes influentes do meio.
O pastor profissional não se envolve pessoalmente com as ovelhas. Todos sabem que o pastoreio não se restringe aos principais cultos de domingo. Nenhum ministro de Deus se furta do envolvimento pessoal com o povo por meio do discipulado ou do aconselhamento. No entanto, o pastor profissional não leva em conta este importante cuidado individual. Não cultiva o hábito do pastoreio direto, do acompanhamento pessoal (por intermédio das visitas nas casas ou no trabalho em horário de folga), dos aconselhamentos, dos contatos por carta ou pela Internet (embora o relacionamento presencial seja insubstituível). Para ele tudo isso é perda de tempo. Por vezes a ovelha está necessitando de uma palavra orientadora, mas só consegue ser ouvida quando procura o psicanalista ou o líder de outra denominação mais próxima de si cuja teologia é, muitas vezes, questionável. São casais que vivem sob forte crise, relacionamentos desgastados entre filhos e pais, desempregos que desesperam o coração, enfermidades que atemorizam. São pessoas que gritam em silêncio sem, contudo, obter eco do seu clamor. O pastor que possuem só pode vê-las aos domingos na porta da igreja ao final do culto e que se limita em dizer a mesma frase por anos a fio: "como vai? Que tenhas uma semana abençoada". Nada mais que isso. Essas pobres ovelhas nunca serão encorajadas a seguir em frente, nunca serão visitadas, nunca serão aconselhadas, nunca receberão uma mão amiga e confiável. Ou seja, nunca experimentarão o que é ser pastoreada, pois não possuem líderes amigos. Esses tais são apenas meros profissionais.
O pastor profissional só se preocupa consigo mesmo. Personalismo parece ser a palavra de ordem em alguns centros evangélicos. São pessoas que passam a vida lutando por um espaço na mídia. O resultado é o desperdício de milhões de reais utilizados para pagar campanhas inócuas ou programas televisivos vazios que nada dizem além de discursos de auto-ajuda. Mas esse desejo não se restringe aos grandes eventos ou aos grandes espaços continentais. Há também aqueles que desejam fama em seu pequeno universo. Pode ser um Presbitério, uma pequena região ou até mesmo uma igreja local. O alvo é a bajulação que surge por causa de uma pretensa espiritualidade ou de uma suposta inteligência respaldada por títulos e certificados alcançados. Não importa a causa, o importante é o estrelismo. É por isso que muitos pastores profissionais se preocupam com o crescimento numérico de seu rebanho em detrimento da qualidade, embora haja também os que se conformaram com o número reduzido do rebanho. Nesses casos, geralmente, a fama e o prestígio possuem outra fonte fora da igreja local. Outra preocupação desses pastores é a sua renda mensal, o seu ganho financeiro. Sempre defendem cinicamente seus bolsos sem, portanto, merecerem o que pleiteiam ganhar. Buscam apenas os seus direitos em detrimento dos legítimos direitos das ovelhas extorquidas. A meta é ter um emprego-igreja bem remunerado que lhe conceda estabilidade financeira.
O pastor profissional não é um homem de Deus. Isso significa a ausência de uma dependência total do Senhor na vida por meio do temor, da Palavra e da oração. São pessoas que confiam em si mesmas e não se importam em buscar de Deus a direção certa. Não sentem falta nenhuma de expressar a submissão ao Espírito, submissão esta que o próprio Jesus demonstrou quando esteve aqui entre nós. Não são homens de oração, não são homens da Palavra, não são homens piedosos. Nunca possuem uma vida devocional particular, nunca gemem por causa do pecado, nunca se importam com a vontade de Deus. Sempre agem friamente e com extrema impassibilidade diante de tudo que promove uma vida espiritual compromissada. Na maioria das vezes são irônicos ou cínicos no que dizem ou falam com respeito à piedade. Eles também agem despoticamente para que prevaleça a sua vontade, não obstante a capa de aparente mansidão. São vazios do poder de Deus, são como penhas que não podem alimentar ou fortalecer as ovelhas.
Quero encerrar dizendo que, para mim, ser pastor profissional nada tem a ver com tempo integral ou parcial no ministério. O ministro pode retirar o seu sustento de um trabalho que não esteja ligado à sua igreja. Todavia, tal trabalho não pode comprometer o tempo de qualidade pertencente ao rebanho quanto ao preparo do sermão e quanto ao envolvimento pessoal. Entre um e outro, o pastorado é prioridade. Se um dos dois deve ser descartado ou penalizado, que seja o trabalho secular.
Muitas igrejas padecem miséria espiritual porque estão debaixo de um pastor profissional que há muito deixou de ser um ministro de Deus. Vale ressaltar que essa mutação pecaminosa não acontece da noite para o dia, ela ocorre ao decorrer dos anos quando aquilo que causava genuíno espanto, preocupação ou interesse transforma-se em total irrelevância. O que era importante por pertencer ao Reino, passa a ser desprezado totalmente.
Que Deus nos livre dos pastores profissionais que sufocam as igrejas até o seu extermínio. Que haja entre nós ministros sinceros e cônscios de que escolheram um excelente, sublime e perene trabalho conforme nos diz o Apóstolo Paulo.
Sola Scriptura.
PARA REFLETIR... III
Alimentando as
Ovelhas ou Divertindo os Bodes
Charles Haddon Spurgeon
C.H. Spurgeon (1834-1892) era
pregador, autor e editor britânico. Foi pastor do Tabernáculo Batista
Metropolitano, em Londres, desde 1861 até a data de sua morte. Fundou um
seminário, um orfanato e editou uma revista mensal chamada “Sword na Trowel”.
Conhecido como “Príncipe dos Pregadores”, Spurgeon escreveu muitos livros e
artigos, particularmente na área devocional. Deixou um legado de vida piedosa,
marcada por um profundo amor ao Senhor Jesus Cristo e por dedicados esforços
ara alcançar almas perdidas.
Existe um mal entre os que
professam pertencer aos arraiais de Cristo, um mal tão grosseiro em sua
imprudência, que a maioria dos que possuem pouca visão espiritual dificilmente
deixará de perceber. Durante as últimas décadas, esse mal tem se desenvolvido
em proporções anormais. Tem agido como o fermento, até que toda a massa fique
levedada. O diabo raramente criou algo mais perspicaz do que sugerir à igreja
que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em
vista ganhá-las para Cristo. A igreja abandonou a pregação ousada, como a dos
puritanos; em seguida, ela gradualmente amenizou seu testemunho; depois, passou
a aceitar e justificar as frivolidades que estavam em voga no mundo, e no passo
seguinte, começou a tolerá-las em suas fronteiras; agora, a igreja as adotou
sob o pretexto de ganhar as multidões.
Minha primeira contenção é esta: as Escrituras não afirmam, em nenhuma de suas passagens, que prover entretenimento para as pessoas é uma função da igreja. Se esta é uma obra cristã, por que o Senhor Jesus não falou sobre ela? .Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. (Mc 16.15) isso é bastante claro. Se Ele tivesse acrescentado: E oferecei entretenimento para aqueles que não gostam do evangelho., assim teria acontecido. No entanto, tais palavras não se encontram na Bíblia. Sequer ocorreu à mente do Senhor Jesus. E mais: Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres. (Ef 4.11). Onde aparecem nesse versículo os que providenciariam entretenimento? O Espírito Santo silenciou a respeito deles. Os profetas foram perseguidos porque divertiam as pessoas ou porque se recusavam a fazê-lo? Os concertos de música não têm um rol de mártires.
Novamente, prover entretenimento está em direto antagonismo ao ensino e à vida de Cristo e de seus apóstolos. Qual era a atitude da igreja em relação ao mundo? .Vós sois o sal., não o docinho., algo que o mundo desprezará. Pungente e curta foi a afirmação de nosso Senhor: Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. (Lc 9.60). Ele estava falando com terrível seriedade!
Se Cristo houvesse introduzido mais elementos brilhantes e agradáveis em seu ministério, teria sido mais popular em seus resultados, porque seus ensinos eram perscrutadores. Não O vejo dizendo: .Pedro, vá atrás do povo e diga-lhe que teremos um culto diferente amanhã, algo atraente e breve, com pouca pregação. Teremos uma noite agradável para as pessoas. Diga-lhes que com certeza realizaremos esse tipo de culto. Vá logo, Pedro, temos de ganhar as pessoas de alguma maneira! . Jesus teve compaixão dos pecadores, lamentou e chorou por eles, mas nunca procurou diverti-los. Em vão, pesquisaremos as cartas do Novo Testamento a fim de encontrar qualquer indício de um evangelho de entretenimento. A mensagem das cartas é: Retirai-vos, separai-vos e purificai-vos!. Qualquer coisa que tinha a aparência de brincadeira evidentemente foi deixado fora das cartas. Os apóstolos tinham confiança irrestrita no evangelho e não utilizavam outros instrumentos. Depois que Pedro e João foram encarcerados por pregarem o evangelho, a igreja se reuniu para orar, mas não suplicaram: Senhor, concede aos teus servos que, por meio do prudente e discriminado uso da recreação legítima, mostremos a essas pessoas quão felizes nós somos.. Eles não pararam de pregar a Cristo, por isso não tinham tempo para arranjar entretenimento para seus ouvintes. Espalhados por causa da perseguição foram a muitos lugares pregando o evangelho. Eles transtornaram o mundo. Essa é a única diferença! Senhor limpe a igreja de todo o lixo e baboseira que o diabo impôs sobre ela e traga-nos de volta aos métodos dos apóstolos.
Minha primeira contenção é esta: as Escrituras não afirmam, em nenhuma de suas passagens, que prover entretenimento para as pessoas é uma função da igreja. Se esta é uma obra cristã, por que o Senhor Jesus não falou sobre ela? .Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. (Mc 16.15) isso é bastante claro. Se Ele tivesse acrescentado: E oferecei entretenimento para aqueles que não gostam do evangelho., assim teria acontecido. No entanto, tais palavras não se encontram na Bíblia. Sequer ocorreu à mente do Senhor Jesus. E mais: Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres. (Ef 4.11). Onde aparecem nesse versículo os que providenciariam entretenimento? O Espírito Santo silenciou a respeito deles. Os profetas foram perseguidos porque divertiam as pessoas ou porque se recusavam a fazê-lo? Os concertos de música não têm um rol de mártires.
Novamente, prover entretenimento está em direto antagonismo ao ensino e à vida de Cristo e de seus apóstolos. Qual era a atitude da igreja em relação ao mundo? .Vós sois o sal., não o docinho., algo que o mundo desprezará. Pungente e curta foi a afirmação de nosso Senhor: Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. (Lc 9.60). Ele estava falando com terrível seriedade!
Se Cristo houvesse introduzido mais elementos brilhantes e agradáveis em seu ministério, teria sido mais popular em seus resultados, porque seus ensinos eram perscrutadores. Não O vejo dizendo: .Pedro, vá atrás do povo e diga-lhe que teremos um culto diferente amanhã, algo atraente e breve, com pouca pregação. Teremos uma noite agradável para as pessoas. Diga-lhes que com certeza realizaremos esse tipo de culto. Vá logo, Pedro, temos de ganhar as pessoas de alguma maneira! . Jesus teve compaixão dos pecadores, lamentou e chorou por eles, mas nunca procurou diverti-los. Em vão, pesquisaremos as cartas do Novo Testamento a fim de encontrar qualquer indício de um evangelho de entretenimento. A mensagem das cartas é: Retirai-vos, separai-vos e purificai-vos!. Qualquer coisa que tinha a aparência de brincadeira evidentemente foi deixado fora das cartas. Os apóstolos tinham confiança irrestrita no evangelho e não utilizavam outros instrumentos. Depois que Pedro e João foram encarcerados por pregarem o evangelho, a igreja se reuniu para orar, mas não suplicaram: Senhor, concede aos teus servos que, por meio do prudente e discriminado uso da recreação legítima, mostremos a essas pessoas quão felizes nós somos.. Eles não pararam de pregar a Cristo, por isso não tinham tempo para arranjar entretenimento para seus ouvintes. Espalhados por causa da perseguição foram a muitos lugares pregando o evangelho. Eles transtornaram o mundo. Essa é a única diferença! Senhor limpe a igreja de todo o lixo e baboseira que o diabo impôs sobre ela e traga-nos de volta aos métodos dos apóstolos.
Por último, a missão de prover
entretenimento falha em conseguir os resultados desejados. Causa danos entre os
novos convertidos. Permitam que falem os negligentes e zombadores, que foram
alcançados por um evangelho parcial; que falem os cansados e oprimidos que
buscaram paz através de um concerto musical. Levante-se e fale o alcoólatra
para quem o entretenimento na forma de drama foi um elo no processo de sua
conversão! A resposta é óbvia: a missão de prover entretenimento não produz
convertidos verdadeiros. A necessidade atual para o ministro do evangelho é uma
instrução bíblica fiel, bem como ardente espiritualidade; uma resulta da outra,
assim como o fruto procede da raiz. A necessidade de nossa época é a doutrina
bíblica, entendida e experimentada de tal modo, que produz devoção verdadeira
no íntimo dos convertidos.
Fonte: http://www.editorafiel.com.br/ artigos_detalhes.php?id=36
Fonte: http://www.editorafiel.com.br/
Colaboração por e-mail:
Professores – Alexsander e Gilberto Rezende
PARA REFLETIR... II
Ovelhas Não Pastoreadas
Mautice Roberts
Mautice Roberts
Se não estamos enganados, há um
crescente número de crentes infelizes. Sua infelicidade não resulta de uma
natural indiferença ou de um descontentamento temperamental, e sim de sua
insatisfação com aquilo que, em suas igrejas, lhes está sendo oferecido sob o
nome de adoração e pregação. Sentimos profunda compaixão por esses crentes.
Eles merecem atenção especial, e devemos orar com regularidade em seu favor.
Nas últimas décadas, têm existido tantos ventos de doutrina soprando sobre as igrejas, que com justiça podemos dizer: tais ventos de doutrinas atingiram proporções de um tufão. Mas o problema não se limita à doutrina. Estende-se a formas e estilos de adoração pública. Se têm fundamento os rumores que chegam aos nossos ouvidos, parecem que metade das igrejas que outrora eram saudáveis e evangélicas entraram em uma segunda infância. Com freqüência, a única qualificação necessária para que os adoradores recebam aceitação de seus líderes é serem capazes de levantar as mãos e balançarem-nas, assim como as folhas de uma palmeira ao vento, e serem fluentes em falar palavras incompreensíveis. Possuir uma mente capaz de avaliar essas coisas é uma desvantagem positiva, visto que coloca a pessoa que a possui na indesejável posição de compreender quão ridícula e sem proveito é essa situação.
Nas últimas décadas, têm existido tantos ventos de doutrina soprando sobre as igrejas, que com justiça podemos dizer: tais ventos de doutrinas atingiram proporções de um tufão. Mas o problema não se limita à doutrina. Estende-se a formas e estilos de adoração pública. Se têm fundamento os rumores que chegam aos nossos ouvidos, parecem que metade das igrejas que outrora eram saudáveis e evangélicas entraram em uma segunda infância. Com freqüência, a única qualificação necessária para que os adoradores recebam aceitação de seus líderes é serem capazes de levantar as mãos e balançarem-nas, assim como as folhas de uma palmeira ao vento, e serem fluentes em falar palavras incompreensíveis. Possuir uma mente capaz de avaliar essas coisas é uma desvantagem positiva, visto que coloca a pessoa que a possui na indesejável posição de compreender quão ridícula e sem proveito é essa situação.
Igrejas em confusão
Devem existir diversos fatores
que levaram igrejas evangélicas, no passado grande e firme, a decidirem- se por
uma adoração infantil. Um desses fatores é a necessidade que muitos sentiram
quanto ao cuidado pelos jovens. Entre 1960 e 1970 ficou evidente que a geração
em crescimento estava se tornando desinteressada em ir às igrejas. Os jovens
não eram mais atraídos aos cultos pelos velhos hábitos das gerações anteriores,
mas foram envenenados em relação às coisas de Deus por meio da música popular
daquela época e por meio da galopante influência da televisão e dos esportes.
Esse fenômeno levou muitos
líderes de igrejas evangélicas a se preocuparem intensamente a respeito de sua imagem
aos olhos dos jovens. Pensava- se que não era mais possível aos pais crentes
disciplinarem seus lares ou preservarem seus filhos incontaminados pelo mundo.
A culpa, dizia- se, era da própria igreja, que permanecia. Antiquada e não
proporcionava .empolgação ou atrativos.. Se os jovens deveriam ser preservados
do mundo, novos e mais estimulantes estilos de adoração precisavam ser
introduzidos na igreja. Desse modo, o argumento se propagou.
Sem dúvida, esse tipo de
raciocínio resultou em uma boa medida de incredulidade. Os líderes, em muitos
casos com bons motivos e pressentimentos íntimos, cederam aos jovens a maneira
de conduzir a adoração na igreja. Pouco a pouco, a confusão se espalhou.
Seriedade e ordem, antes sustentadas como virtudes elementares na adoração ao
Todo-Poderoso, foram ridicularizadas como arqui-inimigas da adoração
espiritual. .Liberdade e espontaneidade. Tornaram-se as novas regras da
adoração. Afinal de contas, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade; e
não deveria tal liberdade estar disponível a todos os crentes? Acabemos com os
grilhões que prendiam as gerações anteriores! Finalmente, chegara à época da
adoração. Homens, mulheres, crianças e jovens, todos deveriam ter liberdade de
participarem ativa e audivelmente. Os resultados estão conosco até hoje. Os
frutos de uma anarquia geral de adoração são estes: o barulho suplanta a
reverência e a superficialidade substitui a maturidade espiritual, enquanto
outras coisas menos importantes reduzem o tempo da pregação da Palavra. Como
alguém tem dito o adorador típico bem poderia deixar em casa a sua cabeça ao
vir à igreja, porque essa parte de seu corpo é irrelevante enquanto participa
desse tipo de culto.
Grande prejuízo aos
verdadeiros crentes
Nosso propósito ao salientar
esses males é procurar mostrar quão prejudicial eles são ao verdadeiro rebanho
de Cristo. Aqueles que desejam alimentar sua alma e vêm à igreja com interesse
podem ficar alarmados e ofendidos diante dessa adoração superficial. Os filhos
da graça sabem que Deus é glorioso em santidade. Eles vão à casa do Senhor com
reverência e temor. O Espírito Santo lhes ensina que precisam ter uma atitude
sublime e reverente em relação a qualquer coisa e a tudo que se refere à
adoração a Deus. Anelam sentir a presença de Deus em seus corações e desejam
muito que a verdade de Deus se torne poderosa e clara em suas mentes. Ficam
indignados em seus corações, quando veem outros crentes adorando motivados por
coisas irrelevantes, quer na adoração, quer na pregação. Sentem-se tristes,
pois sabem que o Espírito do Senhor está sendo entristecido.
Infelizmente, isso é o que está
acontecendo em igrejas evangélicas de todas as denominações. Crentes sérios,
que seriam capazes de dar a sua vida por Cristo, se lhes fosse exigido, estão
sendo levados a sentirem se mal acolhidos em suas próprias igrejas. Sua
espiritualidade é considerada como desajeitada. Grande parte dos crentes
maduros na igreja estão sentindo-se isolados por seus companheiros, por não
poderem entoar canções festivas que os outros utilizam em nome da adoração...
Assim, existe uma situação em que o culto é freqüentemente um teste de
paciência, ao invés de ser um tempo de devoção para o povo de Deus. Os crentes
maduros não querem criar problema, mas suas consciências agravadas não podem
aprovar as novas músicas, cânticos e hinos, as gesticulações e a nova atmosfera
nos lugares onde anteriormente eles e seus pais adoravam a Deus com santo
temor.
A espiritualidade em jogo
Sem dúvida, essa não é uma
simples questão de época ou de geração. Mais do que isso, é uma questão de
espiritualidade, maturidade e conhecimento. Existem crentes velhos que se
comportam como crianças. Mas, graças a Deus, também existem crentes novos que
têm feito bom uso das Escrituras, de livros evangélicos e confissões de fé ao
ponto de serem já crentes firmes e bem instruídos.
Pessoas espirituais vêm à igreja
para encontrar-se com Deus; não desejam que entretenimento lhes seja oferecido.
Aqueles que desejam entretenimento podem obtê-lo a qualquer hora, indo a teatro
e lugares de diversão, onde lhes será abundantemente oferecido por pessoas do
mundo. Na vida cristã, existe lugar para diversão e alegria saudável e pura. O
povo de Deus precisa tempo de sorrir, assim como as outras pessoas. Enquanto
eles evitam formas de entretenimento mundanos, não se recusam a ocasionalmente
desfrutarem de alegria e despreocupação. Mas o povo de Deus não vai à igreja em
busca de divertimento. Não procura entretenimento, tampouco sente- se tranquilo
ao encontrá-lo na igreja. Adoração e entretenimento nunca andam juntos;
adoração e leviandade jamais caminham lado a lado.
O que está em jogo em tudo isso
é aquela preciosa coisa que chamamos espiritualidade. O homem espiritual treme
diante da Palavra de Deus e possui um elevado conceito sobre cada aspecto e
elemento da adoração a Deus. Ele não apenas exige espiritualidade na pregação;
também exige e espera vê-la na leitura da Bíblia, nas orações públicas e na
mensagem e tonalidade dos cânticos espirituais. Ele anela contemplar
espiritualidade na casa de Deus e tem todo o direito de encontrá-la ali.
Solidão espiritual
Não é difícil perceber porque
muitos do povo de Cristo hoje são crentes solitários no meio da multidão
reunida na igreja. Eles se alegram quando o templo está repleto de pessoas, mas
ficam perturbados se percebem que nada existe na igreja, exceto uma multidão
barulhenta. Estão propensos a questionar, com admiração, se, afinal de contas,
cem adoradores, ou mesmo vinte e cinco, não é preferível a uma multidão
irreverente. Isto não deve ser confundido com uma mentalidade de pequeno
rebanho... Não aplaudimos a teoria de que as igrejas devem sempre ser pequenas.
Pelo contrário, em nossa opinião elas devem ser grandes. Pensamos que igrejas
com mil membros não são grandes demais. Desejamos que nosso país se encha desse
tipo de igrejas.
No entanto, ter muitos membros
apenas por amor a números em geral é uma traição a Cristo. A liderança abaixa
os padrões de santidade para atrair grande número de pessoas. Em um ponto
crítico desse processo de diluição, a adoração deixa completamente de ser
reconhecida como adoração por aqueles que andam em intimidade com Deus. O
número de membros talvez aumente, mas o crente espiritual e solitário, que
testemunha esse declínio, receia que o Espírito Santo esteja sendo abafado e Se
retraindo. .Icabode. É o verdadeiro nome de tal igreja. É quase impossível
acharmos comunhão espiritual. Os poucos crentes realmente santos que restam
isolam se e mantêm-se solitários.
Nenhuma solidão é tão difícil de
ser suportada quanto a solidão experimentada em meio a multidões. Quantos
crentes percebem essa situação em suas próprias igrejas! São os últimos a
falarem sobre isso, porque são pessoas pacientes, dedicadas a oração e
longânimes. Não é bom para seus pastores e líderes permitirem que situações
como esta permaneçam em suas igrejas. Ao diluírem a adoração, atraíram à igreja
multidões inconstantes, e entristeceram o coração dos justos.
Prejuízos resultantes da
mudança
Existem prejuízos visíveis
resultantes desse tipo de mudança sobre a qual já falamos. Um destes prejuízos
é o tratamento cruel demonstrado ocasionalmente à ovelhas fiéis que se recusam
a mudar. Devido ao fato que eles não podem, em boa consciência, seguir a
debanda geral para abrilhantar a adoração a Deus, bons ministros do evangelho
têm de abandonar suas igrejas. Não se leva em conta que eles passaram vinte ou
trinta anos expondo com fidelidade e devoção a Palavra de Deus aos seus
rebanhos. Seu crime é resistirem ao clamor universal por inovações. Portanto,
esses homens bons têm de ceder lugar ao menos de aprimoramentos que pastores
jovens e líderes fracos insistem em oferecer à igreja.
Outro fruto menos agourento
desse novo estilo de vida da igreja é o surgimento, em nossa época, da rejeição
da lei de Deus na vida prática. Alguém pode evitar referir-se a isso em
detalhes; mas o fato evidente é que os novos membros de igreja têm se revelado
menos felizes em resistir à tentação do que os crentes antigos costumavam ser.
Sem dúvida houve excesso de severidade na adoração praticada por igrejas do
passado. Mas os crentes sentiam-se seguros. Eles não brincavam com a tentação.
Não apelavam à carne. As pessoas vinham à casa de Deus com roupas estritamente
adequadas e decoro completo. Infelizmente, isso não pode ser dito sobre muitos
dos cultos modernos. Uma grande multidão diversificada na casa de Deus abaixa
todo o nível da adoração. Todo pastor sabe que existem prejuízos morais
resultantes dessa falta de santidade prática. Não deveria ser assim.
É uma consolação para as ovelhas
de Cristo não pastoreadas saberem que nos céus elas têm um Pastor que contempla
seu estado. Precisam recordar sua verdadeira posição, retratada pelo Pastor em
passagens bíblicas como Ezequiel 34. Estão solitárias por causa da
incompetência e inaptidão de seus líderes. Os outros crentes não as amam nem
desejam sua companhia, porque são muito espirituais para sua geração. Mas um
dia Cristo exigirá de seus pastores negligentes uma explicação para essa
negligência. Além disso, o próprio Senhor Jesus tomará para Si mesmo seu povo solitário
e desprezado, outorgando-lhes sua graciosa presença, nesta e na vida por vir.
Os crentes solitários de nossos
dias devem meditar nessas palavras maravilhosas: Estou contra os pastores e
deles demandarei as minhas ovelhas. (Ez 34.10); Eis que eu mesmo procurarei as
minhas ovelhas e as buscarei . (v. 11); .livrá-las-ei de todos os lugares para
onde foram espalhadas no dia de nuvens e de escuridão. (v. 12);
.apascentá-las-ei de bons pastos, e nos altos montes de Israel será a sua
pastagem. (v. 14). .Eis que julgarei entre ovelhas e ovelhas, entre carneiros e
bodes. (v. 17); .Eu, o Senhor, lhes serei por Deus, e o meu servo Davi [Cristo]
será príncipe no meio delas; eu, o Senhor, o disse. (v. 24).
Com tais promessas, quem não desejaria
estar sozinho com Cristo por breve tempo nesse mundo?
Fonte: http://www.editorafiel.com.br/ artigos_detalhes.php?id=34
Colaboração por e-mail: Professores: Alexsander de Carvalho e Gilberto Rezende
Colaboração por e-mail: Professores: Alexsander de Carvalho e Gilberto Rezende
PARA REFLETIR... I
Pregando a Cristo com Base no
Antigo Testamento
Edgar
Andrews
Os pregadores raramente têm dificuldade em pregar
assuntos do Antigo Testamento. Mas pregar a Cristo com base no Antigo
Testamento pode ser uma questão diferente. Entretanto, foi exatamente isso que
Paulo fez, quando chegou em Tessalônica, conforme nos mostram com clareza estes
versículos de Atos dos Apóstolos. De fato, o Antigo Testamento contém muitas
passagens que são explicitamente “messiânicas”. Ou seja, tais passagens fazem
uma referência inconfundível à vinda de Cristo. Isaías 53 é, talvez, o exemplo
mais famoso. Contudo, há muitos outros exemplos. Ninguém achará problemas ao
pregar sobre estas Escrituras do Antigo Testamento.
A dificuldade está em alcançar uma interpretação
cristológica geral e coerente do Antigo Testamento — uma interpretação em que
todas as Escrituras do Antigo Testamento são vistas como um testemunho de
Cristo e são interpretadas de conformidade com isso.
Primeiro e fundamentalmente, é mesmo necessário
acharmos tal interpretação? Em segundo, se devemos encontrá-la, como podemos achar
Cristo em todas as Escrituras?
ICEBERGS OU ILHAS?
Uma analogia pode nos ajudar a tratar da primeira
dessas perguntas. Considere um iceberg flutuando no oceano. É algo belíssimo,
mas flutua livremente no oceano, não estando enraizado no seu ambiente cercado
de água. O iceberg é incidental, está isolado e não tem importância duradoura.
Por contraste, uma ilha é uma manifestação visível da geografia oculta do
oceano — talvez denunciando a existência de um vulcão extinto. Ela é uma parte
integral do assoalho do oceano, embora a maior parte desse assoalho esteja
coberta, a menos que exploremos as profundeza dos mares. De modo semelhante, as
passagens messiânicas podem ser “icebergs, lindas em si mesmas, mas
incidentais, não estando vinculadas às Escrituras do Antigo Testamento —
estranhezas desconexas que não refletem, de modo algum, a natureza intrínseca
daquelas Escrituras. Por outro lado, essas passagens podem ser “ilhas” —
afloramentos visíveis de uma realidade profunda que dá sustentação às Escrituras
do Antigo Testamento, de Gênesis a Malaquias. Creio que essa é a visão do
Antigo Testamento revelada pelo Novo. Sem dúvida, a realidade oculta é Cristo.
Consideremos as evidências que existem para apoiar este argumento.
A EVIDÊNCIA
Em primeiro lugar, as cartas do Novo Testamento
contêm diversas declarações afirmando que o propósito das Escrituras do Antigo
Testamento é instruir e edificar os crentes da Nova Aliança. Além disso, em
cada caso, a afirmação tem uma influência no testemunho do Antigo Testamento
sobre a pessoa de Cristo. De fato, essas declarações dizem: “O Antigo
Testamento foi escrito tendo em vista o nosso benefício; e esse benefício está
em Cristo”. Um exemplo é Romanos 15.1-4. Esta passagem começa com uma exortação
moral simples: “Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos
fracos e não agradar- nos a nós mesmos”. Mas Paulo não pára aqui. Esse
comportamento insiste Paulo, resulta do exemplo de Cristo: “Porque também
Cristo não se agradou a si mesmo; antes, como está escrito [Salmos 69.9]: As
injúrias dos que te ultrajavam caíram sobre mim”. Paulo continua: “Pois tudo
quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que,
pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”. A palavra
grega traduzida por “tudo quanto” é enfática. Isto nos diz não somente que a
citação obscura de Salmos 69.9 se refere a Cristo, mas também que todas as
Escrituras do Antigo Testamento foram registradas especificamente para o nosso
benefício. Este benefício, diz Paulo, nos alcança na forma de ensino,
paciência, consolação e, acima de tudo, esperança em Cristo (não existe
qualquer outra esperança).
PONDO O SENHOR À PROVA
NÃO PARA SI MESMOS
Pedro concorda (1 Pedro 1.8- 12). Ele escreveu: “Foi
a respeito desta salvação [por meio de Cristo] que os profetas indagaram e
inquiriram, os quais prof e t i z a r a m acerca da graça a vós outros
destinada... pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão
testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os
seguiriam”. “A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vós outros,
ministravam as coisas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo
Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho”. Isso dificilmente
poderia ser mais claro. Os profetas do Antigo Testamento (uma expressão que
inclui todos os outros escritores do Antigo Testamento) foram movidos pelo
Espírito Santo, para testemunhar sobre os sofrimentos e a glória de Cristo. E,
ao fazerem isso, não estavam ministrando primeiramente à sua própria geração, e
sim àqueles que ouviriam o evangelho do Novo Testamento, o evangelho da
salvação por meio da graça.
O ANTIGO TESTAMENTO DÁ TESTEMUNHO
DE CRISTO
Chegamos agora a várias afirmações definidas
concernentes ao testemunho do Antigo Testamento sobre a pessoa de Cristo. A
primeira se encontra em João 5.39, onde Jesus falou aos judeus: “Examinais as
Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que
testificam de mim”. Esta não é uma afirmação desconexa; antes, é parte de um
argumento mais amplo. Pois Jesus continuou: “Se, de fato, crêsseis em Moisés,
também creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito. Se, porém, não
credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?” (Jo 5.46-47).
Observe a escolha das palavras. Cristo não disse apenas: “As Escrituras...
testificam de mim”; isso implicaria que os escritores do Antigo Testamento
fizeram essas declarações ocasionalmente. Pelo contrário, Jesus disse: “São
elas mesmas que testificam de mim”, implicando que o propósito do Antigo
Testamento é testificar a respeito dEle. Além disso, Jesus declarou de modo
indubitável que os escritos de Moisés (ou seja, todo o Pentateuco) dão
testemunho de Cristo, e não fazem apenas referências ocasionais a Ele. Isto é
significativo porque, em nossos dias, existe uma tendência geral de se pregar
sobre assuntos como a criação, os patriarcas e a lei de Moisés, de um modo que
ignora a Cristo. Mas, de acordo com Jesus, Moisés escreveu a respeito dEle em
todos os primeiros cinco livros da Bíblia.
EM TODA A ESCRITURA
Uma segunda passagem importante é Lucas 24.25-27, o
episódio familiar da Estrada de Emaús. O Cristo ressuscitado repreende os seus
discípulos abalados: “Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os
profetas disseram!... E, começando por Moisés, discorrendo por todos os
Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras”.
Observe o uso tríplice da palavra “todo”. Lucas estava interessado em que
entendêssemos a natureza abrangente das afirmações de Jesus — ou seja, que todo
o Antigo Testamento, e não apenas uma parte dele, é uma profecia a respeito de
Cristo. “Moisés” e “os Profetas” eram expressões que significavam todo o Antigo
Testamento. E Jesus nos disse, em outra passagem, que viera para cumprir todo
“i” e todo “til” das Escrituras (Mt 5.17-18). Se Cristo é o cumprimento das
Escrituras, elas têm de apontar, necessariamente, para Ele.
SÁBIO PARA A SALVAÇÃO
Nosso último texto comprobatório é 2 Timóteo
3.15-17: “Desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio
para a salvação pela fé em Cristo Jesus”.
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim
de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa
obra.” Freqüentemente, citamos estas palavras, quando falamos sobre a natureza
e a utilidade da Escritura, afirmando que ela é “inspirada” (literalmente,
soprada por Deus) e instrutiva. Mas esquecemos com facilidade a declaração que
levou Paulo a descrever deste modo o Antigo Testamento. Qual é essa declaração?
Que as Escrituras do Antigo Testamento nos iluminam quanto à salvação pela fé
em Cristo! Uma vez mais Paulo se refere de modo abrangente às Escrituras do
Antigo Testamento, como aquelas que revelam a Cristo em seu poder salvador. É
neste contexto cronológico que o apóstolo recomenda, posteriormente, o Antigo
Testamento como um livro que é fonte de instrução e de orientação sobre boas
obras.
Assim, as Escrituras me compelem a crer que o Antigo
Testamento, em sua totalidade, testemunha sobre a pessoa de Cristo e foi
escrito especificamente para o benefício dos crentes do Novo Testamento — e de
todo aquele que deseja ser “sábio para a salvação” nEle. As passagens
messiânicas, no Antigo Testamento, são ilhas, e não icebergs, que revelam a
cristologia abrangente e essencial do Antigo Testamento.
Colaboração
por e-mail: Professores: Alexsander de Carvalho e Gilberto Rezende
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